Meu sobrinho visitou Uluru em sua viagem à Austrália e na sua volta preparamos juntos esse artigo com dicas e curiosidades que vão ajudar no planejamento e preparação da viagem para quem pretende, como ele, conhecer esse local incrível.
Resumo sobre Uluru
Uluru (pronuncia-se /ˌuːləˈruː/ ), cujo nome completo é Uluru Ayers Rock, é um monólito (rocha inteira) situado no centro da Austrália, no Parque Nacional de Uluru-Kata Tjuta perto da pequena cidade de Yulara, 400 km a sudoeste de Alice Springs. Trata-se do maior monólito do mundo, com mais de 348 m de altura e de formato oval, com 3,6 km de comprimento por 2,4 de largura e com 9,4 km de circunferência. A rocha contém, em sua composição, uma alta proporção do mineral feldspato e muda de cor de acordo com a posição do sol, sendo mais visualmente impressionante ao pôr do sol, quando é colorido de vermelho-alaranjado.
Lugar sagrado
Uluru é sagrado para os aborígenes Australianos que acreditam que suas inúmeras fendas, poços com água e cavernas sejam a evidência de seu valor religioso e que algumas das formas em torno de Uluru sejam espíritos ancestrais. Os rituais ainda são frequentemente realizados hoje nas cavernas ao redor do monólito, onde existem entalhes e pinturas e onde é comum encontrar placas em suas entradas com os dizeres “No Photography” (Não fotografar) em respeito ao valor religioso atribuído a estas cavernas pelos habitantes locais. Além disso, e pelo mesmo motivo de respeito, o Conselho do Parque Nacional Uluru–Kata Tjuta anunciou, em outubro de 2019, a proibição definitiva da escalada de Uluru.
Patrimônio mundial
A rocha e o parque ao seu redor, denominado Uluru-Kata Tjuta National Park, foram designados Patrimônio Mundial da UNESCO em 1987, e a UNESCO deu ao parque uma segunda designação de Patrimônio Mundial em 1994 por seu valor cultural.
Origem do nome
Ayers Rock era o nome dado a ele por colonos europeus, em homenagem ao Primeiro-Ministro australiano Henry Ayers, mas o que pegou mesmo foi o nome aborígene, Uluru, embora muitas pessoas, especialmente os não-australianos, ainda o chamem de Ayers Rock.
Roteiro de quatro dias a Uluru
Indo para lá
Existem duas opções para se chegar a Uluru. A primeira é ir para o Aeroporto de Alice Springs. De lá até Uluru são mais 468 km de carro pelo caminho mais curto. Por este percurso a duração da viagem é de quase seis horas pelo famoso Outback australiano, em uma rota toda asfaltada. O percurso não tem muita diversidade de paisagens, não tem muitas atrações interessantes no caminho para valer a pena você parar para tirar fotos e se você for dirigindo deve ter bastante cuidado com animais e é recomendado que esteja acostumado a guiar pelo lado esquerdo da estrada. Sendo assim, o mais recomendado é ir de van com alguém dirigindo para você 🙂 mas, se decidir encarar a aventura, clique no banner da rentcars abaixo para verificar o preço de aluguel para você ir de Alice Springs para lá de carro.
A segunda opção é ir para o Aeroporto Yulara Ayers Rock Connellan (AYQ), que está a vinte minutos do seu local de destino. As principais empresas aéreas que operam voos para este aeroporto são
- Virgin Australia
- Qantas
- Jetstar (code share com a Qantas)
Todas as três companhias aéreas oferecem voos de conexão da maioria dos principais destinos domésticos. Voos diretos para o Aeroporto Ayers Rock estão disponíveis a partir de Sydney, Cairns e Alice Springs. O tempo de vôo é de aproximadamente 3 horas de Sydney e Cairns e 1 hora de Alice Springs.
A decisão sobre para qual aeroporto voar deve levar em consideração os preços das passagens, bem como sua disposição em viajar de carro. Meu sobrinho escolheu esta opção e, para quem pretende fazer o mesmo, fique bem atento sobre onde começa e termina seu passeio, pois as empresas de turismo trabalham nos dois aeroportos!
Passeio de quatro dias
Meu sobrinho fez o roteiro de quatro dias e três noites oferecido por uma empresa de turismo, iniciando e terminando em Alice Springs e visitando Uluru, Kata Tjuta e Kings Canyon. O pernoite foi “sob as estrelas”, ou seja, não há barraca. Apenas saco de dormir fornecidos pela empresa de turismo. As refeições são generosas e os turistas ajudam a prepará-la, bem como a lavar a louça – no modo australiano. Os passeios ocorrem durante todo o ano e partem de Alice Springs ou do Ayres Rock Airport, todos os dias, com exceção da segunda e, dependendo do passeio, da sexta.
O que estava incluído
- Guia experiente australiano
- Todas as taxas de entrada do parque
- ônibus com ar condicionado
- Taça de espumante no por do sol em Uluru
- Refeições (inclusive para vegetarianos)
O que levar para o passeio
Eis uma lista do que não está incluído no passeio e, portanto, você deve LEVAR:
- Garrafa de água (é bom levar cheia, mas lá há pontos para reabastecer)
- Tênis confortáveis
- Chapéu ou boné e protetor solar
- Toalha e produtos de higiene pessoal
- Roupas de banho no verão e roupas quentes no inverno
- Saco de dormir (se preferir, pode alugar por AUS $ 20,00 com a empresa de turismo)
Muitas pessoas usam redinha para o rosto ou repelente que possa ser utilizado na face. A redinha pode ser adquirida em um dos pontos de parada por AUS $ 10,00. É bom saber que, apesar de o passeio ser cercado de terra por todos os lados, há paradas em postos de combustível e lojas, onde é possível comprar bebidas, alimentos, acessórios e lembranças. Há também paradas em pontos de apoio para utilizar sanitários e coletar água potável.
Outras dicas e comentários sobre o passeio
Características gerais
Meu sobrinho fez o passeio por esta empresa e realizou um passeio de 4 dias e 3 noites, contemplando banho de piscina, mas sem o passeio de camelo que consta no site. Ele encontrou muitas pessoas na faixa dos 50 anos passeando em Uluru, entretanto, a empresa informa que a idade recomendada é entre 18 e 49 anos. É bom lembrar que não é preciso ser um atleta para fazer o passeio, mas é importante saber que haverá caminhadas sob o sol durante as quais, algumas vezes se tem a companhia de mosquitos. Mas vale a pena!
O passeio que meu sobrinho fez contava com 17 participantes e nenhum deles era australiano. Havia turistas da África do Sul, Inglaterra, Suíça, Alemanha, Holanda, Bélgica e Tailândia. Ele achou curioso não ter encontrado brasileiros por lá, ao contrário do que era habitual em Sidney e especialmente em Gold Coast, de onde ele partiu para o “deserto” australiano.
É uma experiência diferente, mágica. Dentre as inúmeras viagens que já fiz pelo mundo afora, foi uma das experiências mais incríveis que já tive.
Infraestrutura simples
Apesar do nome “camping”, na verdade não há barraca. Os turistas dormiram as três noites em sacos de dormir e ao ar livre. Em duas noites o grupo de turistas contou com locais de dormir com banheiros e vestuários bem estruturados mas em uma noite o banheiro era improvisado.
A cozinha utilizada foi um container com pia, máquina de fazer misto quente e chapa de fazer hamburguer. As refeições são preparadas pelos próprios turistas, que também lavavam toda a louça.
Os turistas também devem colher lenha para que o guia turístico possa providenciar uma fogueira, à noite, com o objetivo de espantar os cachorros do mato. Há placas no parque advertindo para não alimentar os cachorros do mato, mas meu sobrinho não viu nenhum durante o passeio.
Opções com mais conforto
Não há lugar para ficar dentro do parque nacional, mas há algumas opções de estadia no Ayers Rock Resort,que fica nas proximidades de Uluru, a cerca de 10 minutos de carro do parque e a 10 minutos de carro do aeroporto. Destaque para o Hotel Longitude 131, localizado em que oferece traslado para o Aeroporto e outros serviços, inclusive spa.
Crédito das fotos utilizadas neste artigo: O mapa da Austrália com Uluru é de CC BY-SA 3.0, Link, A fotodo Hotel Longitude foi obtida da galeria de imagens do hotel. As demais fotos são de Jovelson Jr.