Há um consenso global que uma máquina fotográfica é um elemento indispensável na bagagem de um viajante. Contar para os amigos, guardar o que viu para te ajudar a lembrar depois, guardar com você as visões, experiências e momentos não tem preço, então vale a pena investir um tempo antes de viajar se preparando para tornar suas fotos tão boas quanto a sua viagem. O meu amigo Roberto Delamora me enviou essas dicas rápidas para tirar boas fotos em viagens e eu as compartilho abaixo com você. Vale apena ler pois a a maioria dessas dicas vale para todo tipo de câmera fotográfica, desde uma máquina moderna, sofisticada e cara até um smartphone.
1) Conheça a câmera antes de viajar
Talvez o mais básico e o menos seguido dos conselhos. Como qualquer outro equipamento, se você conhece as características e limitações consegue tirar o máximo de proveito. Mas a maioria de nós, desembala a câmera nova, folheia o manual, joga num canto e já sai mexendo nos botões e batendo fotos. No final, aquela função ou característica que nos é evidente tem grandes chances de ser utilizada no futuro, mas as demais ficarão relegadas à obscuridade e serão convertidas em dinheiro jogado fora! Portanto, leia o manual da câmera, entenda o que cada configuração faz, entenda o que significa cada símbolo no mostrador. Isso vai melhorar muito sua capacidade de tirar boas fotos. Se você vai viajar de avião uma boa dica é usar o voo de ida para estudar o manual da câmera. Se você vai de carro e dirigindo a única opção é estudar antes da viagem.
2) Evite o modo automático
Apesar de tornar sua vida muito mais fácil, o modo automático sempre usará as referências programadas de fábrica e o máximo de equilíbrio entre iluminação, tonalidade e cores. Nesse contexto e principalmente quando se está ao ar livre (i.e. outdoor), você terá sempre o mesmo padrão de fotos. Se você quer ter controle, terá que aprender a usar os recursos da câmera para fazer os ajustes que vão produzir o resultado que você quer. Dá trabalho? Sim. Você erra muito e gera muito lixo? Sim, mas à medida que você vai se acostumando com a câmera, a localização das funções e os ajustes vão se tornando mais automatizados (você é que fica rápido!!). Uma exceção a essa regra: mesmo que a câmera tenha controle de foco manual, deixe no automático!
3) Prepare-se
Mesmo que você vá bater fotos do jardim da sua casa, tente imaginar o que você vai encontrar lá, qual o tipo de iluminação, cenário de entorno, possíveis limitações físicas ou problemas, etc. Pense também que tipo de imagem você deseja capturar. É um exercício legal que vai te ajudar na escolha de que equipamento levar (tipo de lente, tripé, flash, para-sol das lentes, etc) e que pré-ajustes fazer na câmera (white balance, ISO, ajuste de olhos vermelhos no flash, etc). Isso facilita muito seu trabalho e melhora a qualidade final das fotos.
4) Use o ambiente a seu favor
Ter o melhor equipamento ajuda muito, mas não é pela falta dele que você deve se resignar em não obter o máximo de qualidade. Por exemplo, se você não tem um tripé e precisa de mais tempo de exposição (fotos com pouca luz), use o que estiver ao seu alcance para ajudar a estabilizar a câmera e evitar que ela trema (exemplo: apoie a câmera em pedras, mourões de cerca, corrimão de escadas, paredes, etc e use o temporizador para não balançar a câmera ao apertar o botão de disparo). Se o sol está muito forte e gerando sombras duras e cores “lavadas”, posicione as pessoas sob alguma cobertura que produza sombra (árvore, marquise, etc) e use o flash da câmera para compensar a luz (aí você vai precisar do modo MANUAL).
5) Movimente-se
Já reparou que as fotos de cartão postal são sempre muito parecidas como se fossem tiradas de uma mesma posição? E aquelas fotos de uma pessoa em primeiro plano segurando a Torre de Pisa? Se você quer sair do estereótipo de ter a mesma foto que todo mundo já tem, terá que se movimentar. Ande ao redor do tema a ser fotografado, busque novas perspectivas, outros ângulos, visões inusitadas. Deixe a preguiça de lado e saia da mesmice. Isso rende fotos exclusivas e te permite conhecer melhor o entorno daquilo que está sendo fotografado, ou seja, você aproveita melhor o passeio e ainda leva melhores fotos.
Observe as duas fotos da Torre Eiffel acima. A foto da esquerda é uma foto padrão e a da direita foi tirada a um ângulo de 45° e de baixo para cima, mais perto da torre. Qual lhe parece melhor?
6) Atenção aos horários
A não ser que você queira uma foto de paisagem que ressalte o azul do céu ou mar/lago, evite fotos em dias ensolarados entre dez da manhã e quatro da tarde. Claro que nem sempre isso é possível, principalmente quando estamos viajando de férias. O ponto aqui é que mesmo os sensores das câmeras mais modernas não conseguem responder à mesma gama de cores que nossos olhos e, com o sol muito forte, as fotos tendem a ficar “lavadas”, com cores pobres, sem muita vivacidade e com sombras muito escuras. No nascente e poente a luz é mais suave e as cores ficarão mais próximas da realidade que você enxerga. Caso não tenha outro jeito, um paliativo é realizar ajustes na câmera para tentar compensar esses efeitos (de novo, só no modo MANUAL).
Observe as cores na foto acima. Eu a tirei na via de acesso á Ilha do Frade, em Vitória. Ela mostra a Praia do Suá ao entardecer.
7) Retoque as imagens depois da viagem
Hoje em dia os software de edição ajudam muito a recuperar e valorizar informações das fotos digitais. Sempre vale a pena aprender a usar uma ferramenta desse tipo (Photoshop, Lightroom ou outras tantas opções mais simples e até grátis como a que indiquei nesse post sobre edição on-line grátis do meu BLog de dicas de TI) para realizar ajustes depois. Não significa que tudo vá passar pelo editor, mas você consegue tornar mais legais algumas daquelas fotos que, sem uma mãozinha, iriam para a lixeira.
8) Nada substitui a sensibilidade do viajante
Aprenda a observar o mundo. Exercite ver o macro e o micro, a grande paisagem e o rosto das pessoas, a presença e ausência de cor. Mesmo o melhor equipamento do mundo não é capaz de capturar boas imagens sozinho. Tenha em mente que a imagem gravada na foto é uma pequena parte do que você está percebendo estando no ambiente. Se você for capaz de transmitir essas mesmas sensações “presenciais” para quem olha a foto, fez um bom trabalho.
9) Respeito é fundamental
Existem ambientes com restrições à fotografia (igrejas, museus, exposições de arte, etc) ou por questões de segurança, ou pelos efeitos degradantes do flash (principalmente nas pinturas). Antes de passar por situações constrangedoras, inclusive a apreensão da câmera, procure se informar, leia os avisos, converse com as pessoas. Se a restrição estiver relacionada a segurança, não tem jeito – nada de fotos! Se for por causa do flash, vale a pena aprender como desativá-lo temporariamente e usar o modo manual da sua câmera. Nesses casos, lembre-se de desligar também a luz de fotometria que é aquela luz branca ou vermelha que é acionada sempre que você está focalizando algo. Outro ponto importante está relacionado a fotografar o interior de casas e condomínios. Sempre é bom perguntar antes e bom senso e respeito são fundamentais.
10) Lentes melhores produzem fotos melhores
Essa última dica é essencialmente para quem possui câmeras com lentes intercambiáveis – as famosas reflex. De modo geral as câmeras são vendidas com lentes padrão, de construção mais simples e preços acessíveis, mas que atendem bem às exigências da maioria das pessoas. Se você já tem uma câmera com resolução e recursos que lhe atendem, invista em melhores lentes. Lentes de primeira linha são muito superiores na capacidade de captação de luz, produzem muito menos distorções e garantem melhores resultados mesmo em condições mais adversas, mas essa qualidade tem seu preço e é necessário pesquisar bem para não empatar dinheiro num equipamento que não será usado.
E aí? Gostou das dicas? Agora que já leu tudo você pode:
Boas fotos !!!
Obrigado! Ajudou bastante. 🙂